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15 de janeiro de 2016

CAMPO PSICOLÓGICO

Proximidade
O campo psicológico é entendido como um campo de forças que atua na percepção,  levando-nos  á procurar da boa-forma. Figurativa-mente podemos relacioná-lo a um campo magnético criado por um imãn (a força de atracão e repulsão). Esse campo de força psicológico tem uma tendência que garante a busca da melhor forma possível em situações que não estão muito estruturadas.

Esse processo ocorre de acordo com os seguintes princípios:
Semelhança

A BOA-FORMA

A partir desses fenómenos da percepção a Gestalt procura explicar como chegamos a compreender aquilo que percebemos. Se os elementos percebidos não apresentam equilíbrio, simetria, estabilidade, simplicidade e regularidade, não será possível alcançar a boa-forma. O elemento que objectivamos compreender deve ser apresentado em seus aspectos básicos, de tal maneira que a tendência à boa-forma conduza ao entendimento. Essa formulação representa uma das consequências pedagógicas da psicologia da Gestalt.

A maneira como estão distribuídos os elementos que compõem as duas figuras não resultam numa configuração com equilíbrio, simetria, estabilidade, regularidade e simplicidade suficientes para garantir a boa-forma. Ou seja, nesse caso as leis que comandam o funcionamento da percepção impedem-nos de perceber a realidade tal qual ela é. Em outros casos, mais favoráveis, são essas mesmas leis perceptivas que nos permitem compreender a realidade. A tendência da percepção em procurar a boa-forma permitirá a relação figura-fundo. Quanto mais clara estiver a forma (boa forma), mais clara será a separação entre figura e fundo.

A PERCEPÇÃO

A percepção é o ponto de partida e um dos temas centrais dessa teoria. Os experimentos com a percepção levaram os gestaltistas ao questionamento da psicologia associativista.

A indissociabilidade da parte em relação ao todo permite que quando vemos o fragmento de um objecto ocorra uma tendência à restauração do equilíbrio da forma, proporcionando assim o entendimento do que foi percebido. Esse fenómeno perceptivo é norteado pela busca de fechamento, simetria e regularidade dos pontos que compõem uma figura (objecto).

Rudolf Arnheim1 dá um bom exemplo da tendência à restauração do equilíbrio na relação parte-todo: "De que modo o sentido da visão se apodera da forma? Nenhuma pessoa dotada de um sistema nervoso normal apreende a forma alinhando os retalhos da cópia das suas partes (...) o sentido normal da visão apreende sempre um padrão global".

A PSICOLOGIA DA FORMA

A Psicologia da Gestalt é uma das tendências teóricas mais coerentes e coesas da história da Psicologia. Os seus articuladores  preocuparam-se em construir não só uma teoria consistente, mas também uma base metodológica forte, que garantisse a consistência teórica. Gestalt é um termo alemão de difícil tradução. O termo mais próximo em português seria forma ou configuração, que não é muito utilizado por não corresponder exactamente ao seu real significado em Psicologia. No final do século passado muitos estudiosos procuravam compreender o fenómeno psicológico em seus aspectos naturais (principalmente no sentido da mensurabilidade). A Psico física estava em voga. Ernst Mach (1838-1916), físico, e Chrinstiam Von Ehrenfels (1859-1932), filósofo e psicólogo, desenvolviam uma Psico Física com estudos sobre as sensações (o dado psicológico) de espaço-forma e tempo-forma (o dado físico) e podem ser considerados como os mais directos antecessores da Psicologia da Gestalt. Max Wertheimer, Wolfgang Köhler e Kurt Koffka, baseados nos estudos psico físicos que relacionaram a forma e sua percepção, construíram as bases de uma teoria eminentemente psicológica. Eles iniciaram os seus estudos pela percepção e sensação do movimento. Os Gestaltistas estavam preocupados em compreender quais os processos psicológicos envolvidos na ilusão de óptica, quando o estímulo físico é percebido pelo sujeito com uma forma diferente do que ele é na realidade. É o caso do cinema. Uma fita cinematográfica é composta de fotogramas com imagens estáticas. O movimento que vemos na tela é uma ilusão de óptica causada pelo fenómeno da pós-imagem retiniana (qualquer imagem que vemos demora um pouco para se 'apagar' na nossa retina). As imagens vão se sobrepondo na nossa retina e o que percebemos é um movimento. Mas o que de fato  é projectado na tela é uma fotografia estática, tal como uma sequência de slides.